O isolamento social, provocado pela pandemia do coronavírus tem impactado no perfil de consumo e na modalidade de compras dos brasileiros. Em março, as vendas online registraram crescimento de 20,38%, ao comparar com fevereiro. Nesse mesmo período, o faturamento do setor também acompanhou esses bons resultados, com variação positiva de 20,40%. Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) em parceria com o Movimento Compre & Confie.“As compras online foram a única solução para muitos brasileiros nesse período de isolamento. Alimentos e produtos de higiene pessoal foram os mais comprados pelos brasileiros na internet. A tendência é que mesmo após a pandemia, a movimentação siga de forma positiva, pois além da facilidade, também há a comodidade de economizar e receber os produtos em casa”, afirma André Dias, coordenador do Comitê de Métricas da camara-e.net e diretor executivo do Compre & Confie.Vendas onlineA análise da métrica de vendas online revela também que, ao comparar março de 2020 com o mesmo período do ano anterior, o setor cresceu 42,31%. No acumulado do ano, a variação continua positiva: 6,20%.Todas as regiões do país tiveram um bom desempenho em março, ante fevereiro. O destaque do período foi o Sudeste, com alta de 22,39%. Na sequência, aparecem: Centro-Oeste (18,70%), Nordeste (18,32%), Norte (16,08%) e Sul (13,83%).No acumulado do ano a composição muda. O Centro-Oeste liderou com 10,89%. Em segundo lugar apareceu o Nordeste (10,07%), seguido por Sudeste (6,11%), Sul (2,59%) e Norte (1,55%).FaturamentoO índice de faturamento do setor acompanhou as boas movimentações das vendas. Em março de 2020, frente ao mesmo período do ano passado, a expansão foi de 33,68%. No acumulado do ano, a alta foi de 7,21%.A composição do faturamento, por região, em março de 2020, em relação a fevereiro, ficou da seguinte forma: Nordeste (22,49%), Sudeste (21,62%), Norte (21,22%), Centro-Oeste (19,83%) e Sul (13,08%).Ao observar os dados do acumulado do ano, somente o Norte teve variação negativa, ficando em último lugar com -5,21%. Em primeiro lugar apareceu o Nordeste com 11,83%, seguido por Sudeste (8,26%), Centro-Oeste (3,85%) e Sul (2,47%).Participação do e-commerce no comércio varejistaO e-commerce representou 6% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção), no mês de fevereiro. No acumulado dos últimos 12 meses, nota-se que a participação do e-commerce no comércio varejista corresponde a 5,9%. Vale destacar que esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgado no dia 7 de abril.CategoriasEm fevereiro de 2020, a composição de compras realizadas pela internet, por segmentos, ficou da seguinte forma: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (40,2%); móveis e eletrodomésticos (24,9%); e tecidos, vestuário e calçados (12%). Na sequência, outros artigos de usos pessoal e doméstico (10,4%);artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,2%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,6%);e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (1,6%).Consumidores OnlineO MCC-ENET revela também que, no primeiro trimestre do ano de 2020, 12,3% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra online. Observa-se uma queda de 1,4p.p. em relação ao trimestre anterior (13,7%). Já na comparação com o mesmo período em 2019 (10,1%), teve crescimento de 2,1p.p.Metodologia do MCC-ENETOs índices mensais vêm da comparação dos dados do último mês vigente em relação ao período base (média de 2017). Para compor o índice, o Compre & Confie coleta 100% de todas as vendas reais de grande parte do mercado de e-commerce brasileiro, utilizando adicionalmente processos estatísticos para composição das informações do mercado total do comércio eletrônico brasileiro. Também são utilizadas informações dos indicadores econômicos nacionais do IBGE, IPEA e FGV.O MCC-ENET traz uma visão completa a respeito do e-commerce no país a partir da análise das seguintes variáveis: percentual nacional e regional de vendas online, faturamento do setor e tíquete médio. Outras métricas analisadas mensalmente são participação mensal do e-commerce no comércio varejista e crescimento do setor no varejo restrito e ampliado, além da distribuição das vendas por categoria. Por último, a penetração de internautas que realizaram ao menos uma compra trimestralmente pela internet também está contemplada no índice.Não estão contabilizados no MCC-ENET dados dos sites MercadoLivre, OLX e Webmotors, além do setor de viagens e turismo, anúncios e aplicativos de transportes e alimentação, pois ainda não são monitorados pelo Compre & Confie.
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maio